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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Gambá Terapia


Nos últimos tempos andava muito preocupada com o meu cachorro, mas isso já passou. Deixe-me explicar melhor...

O Ludwig tem quatro anos de idade. Ele é um boxer, um cão particularmente simpático se você for pesquisar na internet. Embora no seu primeiro ano eu o achasse o verdadeiro cão do Ghengis Khan, tudo sempre esteve dentro da normalidade dos cães bebês. Destrói um pouco, rói ali, quebra aqui, derruba acolá, mija a porra do tapete, mastiga seus cds favoritos... Essas coisas idiotas que eles fazem pra provar o seu amor e respeito por nós, espécie inferior, que temos o prazer e a honra de dispor de sua aprazível companhia.

Mas, verdade seja dita, o Lud sempre foi muito carinhoso e, passado esse período de vandalismo (aparentemente a puberdade do cachorro vem antes da infância, ao contrário de nós), foi ficando cada vez mais dócil e comportado. Não obediente, porque isso é outro assunto. E, depois de conviver com quatro boxers aprendi que eles fazem o que querem, especialmente se isso te irritar.

O fato é que dentro de casa, conosco, com a família e com os amigos, Ludwig sempre foi um doce, grande, bobo e brincalhão. Mas, nunca foi de apreciar outros cães. Isso, somado à vida em apartamento, que limita seu gosto natural por correr e estar em espaços abertos, estava acabando comigo. Puxa, será que estava criando um cachorro playboyzinho filhinho de mamãe?! Logo eu???

E vinha com esses pensamentos em minha cabeça há um tempo, mas eis que no último dia do ano algo aconteceu... Estávamos os três; meu marido, Ludwig e eu; sentados na varanda, com tudo escuro, curtindo Type O Negative e nossas biritas (cada um tem o ano novo que quer!) quando o cachorro dá um pulo.

“Ah... aí tem merda.” Foi só o que deu pra pensar de tão rápido que tudo aconteceu. O cachorro simplesmente catou um bicho do tamanho de um gato, com mais uns 20 cm de rabo e passou a correr pelo gramado sacudindo o pobre que, espertamente, se fingiu de bobo e ficou quietinho. Grita daqui, briga de lá e o Ludwig soltou o tal animal que descobrimos ser um gambá, muito comum por esses lados onde estamos. Quando fui verificar, o gambazinho estava quietinho no gramado, sem ousar respirar e, ao perceber que ninguém ia pegá-lo, se mandou. É claro que fiquei com pena do bichinho, mas, mais que isso, fiquei exultante com o fato de meu cachorro não ser um bocó. Afinal, ele nos protegeu e pegou o animal que invadia seu espaço. Imobilizou-o e esperou que disséssemos o que fazer. Um verdadeiro cão selvagem! Nada de cão de play! Não estou criando um mauricinho!!!

3 comentários:

  1. De acordo com a mundialmente reconhecida teoria da "transferência de personalidade", idealizada pelo brilhante psiquiatra clinico, Dr. Wolfgang Liebermann, determinados donos de animais -ou todos eles - transferem suas personalidades ao seu animal de estimação. Deixam de vê-lo apenas como oque realmente são: um animal, e atribuem-lhes caracteristicas humanas como sendo sua prole (cãozinho da mamãe, filho, etc) ou a estenção perigosa de um Id agressivamente distorcido, tendo como exemplo clássico os criadores de cães da raça pitbull que os usam seja para rinhas ou mera ostentação pública de virilidade, que Dr. Liebermann carinhosamente apelidou tal aberração clínica de "projeção do falo", em que o pênis do paciente seria o animal. Mais detalhes dessas condutas e manifestações psicóticas podem ser melhor vistos em sua obra intitulada "Verhaltens Devianz in der Psychiatrie", Ed. Berlinder, Berlin, 1998, atualmente em sua 19ª edição.

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  2. Tive a oportunidade de ler algumas das maravilhosas obras de Dr. Liebermann e que muito me ajudaram a superar o meu período pós-parto, pois sofria de vaginismo. É realmente impressionante o que a mente humana pode fazer conosco. Aconselho a todas as mulheres.

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  3. Pensei que o assunto fosse o cachorro. Não entendi qual foi a do "vaginismo" ai em cima! Rŕ rá rá! Só tem doida nessa porra!

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