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sábado, 12 de março de 2011

O que eu aprendi com City of the Living Dead

Lucio Fulci, italiano nascido em Roma, em 1927, morreu em 1996; mas nos deixou um legado de aproximadamente 50 filmes. Além de ser o parente italiano mais próximo do Zé do Caixão, como podemos conferir na foto ao lado.
Fulci, que chegou a cursar Medicina, mas para nossa sorte desistiu no meio do caminho, é reconhecido como um dos mestres do Terror e ajudou a pupularizar o Giallo, ainda que ultrapassasse esse rótulo e conseguisse desenvolver um estilo único, reconhecido por todos os seus fãs. Nunca se privou de tratar de temas controversos em seus filmes, abusando de cenas violentas e efeitos realísticos. E, como bom italiano que viveu sob massiva influência religiosa, usa e abusa de símbolos católicos, subvertendo-os e tornando-os mais assustadores do que de costume, em seus filmes. Provavelmente sua mãe não deveria ficar muito feliz com isso...

Mas o que poucos se recordam é que ele também filmou comédias e aventuras, antes de se enveredar pelo caminho do horror. Para mais informações  http://www.sensesofcinema.com/2004/great-directors/fulci/

Ao filmar City of the Living Dead, na verdade Paura nella città dei morti viventi, Fulci já era um diretor conhecido e reconhecido, embora estivesse acostumado às críticas sempre direcionadas aos mestres que desenvolvem a paixão por filmes de horror. Pavor na Cidade dos Zumbis, título que recebeu no Brasil, foi lançado em 1980 e é a segunda parte de uma trilogia de zumbis, que teve início com A Invasão dos Mortos Vivos, de 1979 e continuidade com Terror nas Trevas, de 1981.

City of the living dead é um bom filme, e embora comece de modo um pouco confuso, aos poucos a história vai se acertando.
O filme trata basicamente da corrida de um repórter e uma médium para impedir que as portas do inferno se abram e liberem todo o Mal. Ok. Mas isso começa com a médium, em NY, vendo um padre se enforcar em Dunwich, cidade portuária da Inglaterra; e, literalmente, morrendo de susto com a visão. 
Bob se ferrou...
Logo a seguir, mortes bizarras se sucedem e a médium quase enterrada, volta à vida e é resgatada pelo repórter. Nada é explicado. As coisas simplesmente acontecem. O que te segura vendo essa confusão são as cenas bem filmadas, a fotografia bacana e a superação dos níveis de porcaria que Fulci coloca na tela.

Grandes cenas são a da repórter acordando no caixão, o que foi bem aflitivo; o choro com lágrimas de sangue, com uma luz linda sobre ariz; os cérebros despedaçados com um puxão pelos zumbis; a chuva de vermes, que entram pela janela e tomam toda a sala é brilhante!
 
Esse filme consegue ser surpreendente quanto a isso, pois quando você pensa que a coisa mais nojenta que poderia acontecer é ter sua cara esfregada com um misto de terra, gosma e vermes; vem uma atriz e vomita o que descobri ser entranhas de ovelha, ainda quentes, que fora obrigada a colocar na boca para filmar a cena. Só sei que tive uns três arrepios de asco durante o filme!
Que coragem!!!

Mas, infelizmente, nos minutos finais o negócio desanda, é uma enrolação só, você já não sabe quem é quem; quem está vivo, quem voltou e quem morreu. Por que o maldito padre se matou? Por que ele teria poder de abrir os portões do inferno? Qual o problema com Dunwich, uma cidadezinha tão simpática, é só por causa do Lovecraft? Pra que contratar atores que se parecem uns com os outros? E cadê o final?

Por isso, junto com a raiva da trilha sonora genérica, com a mesma música em looping, resolvi fazer uma mixagem mais legal do final. Transformei os 20 minutos finais em 3'37" e coloquei uma música mais apropriada. Vejam se aprovam o resultado:



E, agora sim, o que eu aprendi com City of the living dead!!!

1. Se três pessoas em sequência, cada uma falar uma vez, livro de Enoch, surgem bolas de fogo na sua sala.
2. Nunca beba uma cerveja que pode te fazer ver demônios e fantasmas.
3. Na hora da rodada de bebida grátis todo mundo é amigo do dono do bar, mas quando a parede racha diabolicamente, todos dão no pé.
4. Psicólogo, nos anos 80 poderia trabalhar numa praça, porque aparentemente, não iria fazer diferença, já que todo mundo entra e sai na sala durante o tratamento.
5. Se você não morreu ao ser enterrada viva, certamente corre sérios riscos de morrer ao tentar ser salva por um idiota com uma picareta.
6. A vida deveria ser um terror antes do Google Earth te ajudar a achar as cidades almadiçoadas que ameaçam abrir os portões do inferno.
7. Quando você vê o espírito de um padre suicida você chora sangue, se tiver sorte; se tiver azar, vomita tripa de carneiro também.
8. Que a neblina pode ser muito seletiva, especialmente nos filmes de terror. Ela escolhe um personagem e o persegue por todo o filme! Não é, Bob?
9. Se você for violar um túmulo, esteja preparado para ratos voadores saltarem em você.
10. Se o governo noticia no rádio um ataque zumbi, considere-se morto.
11. Numa cidade tomada por zumbis, um bar é um ótimo local para se estar. Já que você vai morrer, que pelo menos esteja bêbado. Desce mais uma aí!

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