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domingo, 6 de março de 2011

O que eu aprendi com The Guardian.


Em 1990 William Friedkin estava louco para conseguir fazer um filme que fosse sucesso de bilheteria, pois desde O Exorcista, em 1973, isso não acontecia. Ele tentou com Sorcerer (Comboio do Medo), que mesmo não sendo ruim, não rendeu grande coisa. Ele tentou com Cruising (Parceiros da Noite), que mesmo com Al Pacino e idéias aparentemente ousadas e revolucionárias (podem pesquisar porque é bem curioso) só conseguiu ganhar os Troféus Framboesa de pior filme, diretor e roteiro. E um fracasso se seguia a outro. Ou seja, o cara estava desesperado para emplacar algo.
E, nesse ponto, é claro que não ajudava a sua adorável personalidade. Por muitos, Friedkin é descrito como um insuportável megalomaníaco. Era controlador e por isso acabou atrasando o processo de edição e montagem de vários de seus filmes. Mas sempre havia quem lhe desse uma nova chance, afinal ele era o cara responsável por The French Connection (Operação França, 1971), que lhe rendeu o Oscar de melhor diretor - o mais novo na época a recebê-lo; e o já citado The Exorcist (1973). Como poderia um gênio desses não se reerguer?
Não tenho resposta para essa pergunta, mas sei que não foi com The Guardian, que, lançado no Brasil em 1990, recebeu o título A Árvore da Maldição. De modo geral, o filme não acrescenta nada à filmografia de Friedkin. Não há ousadia no tema, nem no visual. Mostrar peitos, feiticeiras nuas ou rituais macabros já foi feito com mais luxúria e terror 20 anos atrás. Mas também não é um filme que te faça desligar a TV. De positivo mesmo ressalto o ator principal e seus cabelos fartos que deixaram meu marido morrendo de inveja, além de seu personagem não ter sucumbido à conversa fiada da babá do mal.


Com esse filme eu aprendi:


1. A nunca contratar uma babá envolvida com bruxaria.
2. Que nunca se deve seguir mulheres que entram por vontade própria em uma floresta à noite. Especialmente se ela balança os braços e sacode os cabelos como se estivesse no clip de Wuthering Heights, da Kate Bush. (vejam no youtube!!!)
3. Que é sempre bom evitar morar perto de bosques ou florestas habitadas por lobos.
4. Tratamento de beleza com tronco de árvore maligna druida aparentemente surte mais efeito que lama medicinal islandesa.
5. Se você tem uma arma. TENHA BALAS PARA PODER USÁ-LA!!! (Você não vê filmes do Chuck Norris?!)
6. Quando se gasta muito dinheiro para contratar uma babá bruxa, não sobra muita grana para comprar roupas para o seu filho.
7. Se a história é estranha demais, ela só pode ser verdadeira. (Por que os policiais americanos não entendem isso?)
8. Deve ser ótimo viver em um país onde os pais não fazem idéia do que seja meningite...
9. Na dúvida, contrate a babá mexicana! (Sai mais barato, dá menos problema e seu filho aprende outra língua)
10. Se uma mulher VOAR atrás de você, é porque o negócio está feio. Hora de ficar com medo. Coooooooorra!
11. Ah... uma motosserra. Saiba dar valor a uma boa motosserra. Um dia ela pode ser útil.


Como você pode ler, Stephen King mentiu para mim...

Um comentário:

  1. Como boa parte dos diretores americanos dos anos 70, o William Friedkin era de uma megalomania tamanha.Para se ter uma ideia, durante a montagem de "O Comboio do Medo", os produtores queriam inserir uma cena mostrando o odometro do canminhão para melhorar a narrativa. O diretor simplesmente queria reunir toda a equipe e retornar a Republica Dominicana para fazer a cena. O orçamento aumentou em umas 10 vezes e o filme naufragou. Fora que, segundo o elenco de "O Exorcista", se havia algum capeta ali no estúdio este era o próprio Friedkin
    Um bom livro que retrata este período é o "Easy Riders, raging Bulls", que saiu no Brasil com o título "Como a Geração Sexo, Drogas e Rock'n'Roll Salvou Hollywood". Abraços!

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